Opinião

QUAL A VERDADE SOBRE O QUE ESTÁ ACONTECENDO NA ILHA DE MARAJÓ, QUE O BRASIL TEM GRANDE DIFICULDADE DE SABER?

Por Sérgio Pires — Opinião de Primeira

Mais uma vez a população brasileira é impedida de saber qual a verdade, porque mais um drama nacional foi transformado numa guerra político/ideológica, com as vítimas, apenas crianças, sendo apenas mais um motivo de queda de braço entre direita e esquerda, como se os pequenos (alguns assassinados, outros desaparecidos, denuncia-se) parecem que não existem, para esta gente.

O assunto está em debate desde 2022, quando a ministra Damares Alves, hoje senadora, denunciou que crianças de todas as idades, a partir dos cinco anos, estariam sendo alvo de exploração sexual. Havia denúncias também de venda de órgãos. Treze representantes do Ministério Público fizeram longa investigação e, garantiram, não encontraram nada. Damares e a União foram condenadas a pagar uma indenização coletiva aos moradores da Ilha de Marajó, por criarem Fake News.

Até a apresentadora Xuxa, que, ao contrário da maioria das pessoas, fica pior quanto mais velha, entrou na Justiça contra a Ministra. Contudo, uma apresentação da cantora gospel Aymeê, com sua música música/denúncia, com o título de “Evangelho dos Fariseus”, reacendeu o debate, porque voltou ao assunto da exploração sexual e dos perigos às crianças da Ilha de Marajó.

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A apresentação da jovem cantora teve mais de 11 milhões de acessos, nas redes sociais e trouxe a suspeita de tragédia de volta. Afinal, tem alguma verdade o que é denunciado sobre as crianças de Marajó?

Numa guerra ideológica, como em todas as guerras, a primeira vítima é a verdade, se sabe. Um lado jura que é verdade. O outro nega que esteja ocorrendo essa tragédia humanitária, com as crianças da maior ilha fluviomarítima do mundo, onde vivem cerca de 590 mil pessoas, das quais uma maioria vive com um terço da média do PIB nacional.

A miséria impera em grande parte das famílias. Enquanto isso, direita e esquerda, via mídia ou dos dirigentes políticos, se preocupam um em desmentir o outro. Se há mesmo vidas perdidas e sequestros não esclarecidos, isso é secundário, nessa discussão ideológica. Ainda bem que o Brasil ainda tem jornalistas de verdade. Roberto Cabrini, hoje o maior deles, foi a Marajó e mostrou famílias de crianças desaparecidas e um caso de assassinato. Mostrou a polícia prendendo um estuprador, que se disse inocente. Mostrou ainda, ao país, o programa Domingo Espetacular da Rede Recorde de Televisão, que chegou a ser ameaçado, para não mostrar tudo o que queria mostrar.

Há ou não há pedofilia, crimes sexuais contra crianças e sequestros? Cabrini apontou suspeitas, mas, para grande parte dos ideólogos, isso não é importante. Afinal, são apenas vidas de crianças! O que interessa mesmo é o confronto político. A verdade, ao menos por enquanto, não tem qualquer valor; dormita, como ocorre com muitas verdades neste Brasil dos nossos dias. Lamentável!

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