DE APAVORAR: EM METADE DOS ESTADOS BRASILEIROS, HÁ MAIS DEPENDENTES DO BOLSA FAMÍLIA DO QUE EMPREGADOS FORMAIS
Por Sérgio Pires — Opinião de Primeira
Rondônia, felizmente, não está na parte mais pobre do Brasil. Em metade do país (13 dos 26 Estados e mais o Distrito Federal) os números oficiais apontam para um dado espantoso e mais do que preocupante: há mais gente vivendo do Bolsa Família do que os que trabalham com carteira assinada.
Nossa terra rondoniense, graças à sua pujante economia e as oportunidades que oferece, está bem distante de ingressar neste quadro assustador. Enquanto, por exemplo, no Maranhão registra que há apenas 570.566 trabalhadores com carteira assinada para 1.255.565 que vivem às custas do dinheiro do programa social, em Rondônia os números são bem diferentes.
Por aqui, a situação é inversa: temos mais que o dobro de trabalhadores formais (259.452) contra os 127.912 que dependem do Bolsa Família. Além do Maranhão, outros 12 Estados estão na mesma situação, a maioria deles com o dobro de beneficiários do que aqueles que trabalham para sobreviver:
Piauí, Amapá, Pará, Paraíba, Acre, Alagoas, Sergipe, Bahia, Amazonas, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Apenas nessas 13 unidades da federação, são mais de 12 milhões de brasileiros vivendo unicamente do benefício social, sem qualquer perspectiva de sair dessa situação, como se condenados a viverem suas vidas sem qualquer chance de sair dessa roda viva de miséria e falta de perspectivas. Rondônia, Tocantins e Roraima são os únicos três Estados do norte em que aqueles que suam no trabalho são em maior número dos que sobrevivem dos míseros 600 reais do Bolsa Família.
Nosso vizinho Acre, por exemplo, tem mais de 134 mil sobrevivendo com o programa social, enquanto menos de 93 mil trabalham com carteira assinada. “A miserabilização” do Brasil, sem projetos de dar oportunidades de trabalho a tanta gente, que sonha em não viver apenas dessa espécie de esmola oficial, deixa a imensa massa de brasileiros sem oportunidades de sobreviverem por suas próprias forças e os põe, eternamente, sob o tacão dos governantes de plantão, sejam quem forem. Lamentável!
